Contos sem fim – Fúria de Titãs
(03-14)
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Derrubou todas. Começou com 750 mililitros de um Cabernet Sauvignon
argentino. Depois partiu pra as branquinhas. Aí se pode incluir as louras. Fim
de festa saiu incólume, como entrou. Nenhum sinal de bebedeira. Era o ídolo dos
bêbados da região. Vários campeonatos invicto. Não tinha pra ninguém. Isto é,
não tinha até aquele momento em que saiu do sarau e ao montar na sua bicicleta
Monark contrapedal deu de cara com Valentim.
A primeira vez que viu Valentim foi em Minneapolis, no primeiro
campeonato Internacional de porrinha. “Little sticks”, como era chamado por lá.
Só deu Valentim. Depois soube que tinha sido expulso de Reno e Las Vegas. A
última notícia dele é que o tiraram a tapas de uma rinha de galos em Campina Grande,
Paraíba.
Agora estavam ali os dois: frente a frente.
Olharam-se, um rodeou o outro, sorriram amareladamente.
As mãos, um pouco afastadas, ao lado dos quadris.
Disseram-se “Oi”.
Entraram no buteco da esquina.
Mais um embate entre gigantes estava para começar.
Ao fundo, vindo de um radinho Spica, ouvia-se:
“Du not forcêiqueme ô mái
dárlim”.
High Noon.
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