*A Floresta Encantada
(Jan16)
Era uma vez uma floresta. Uma Floresta Encantada. Nela
viviam diversos animais, també encantado, em perfeita harmonia. Havia um
equilíbrio ecológico sem ser daqueles politicamente corretos, chatos. Não
existiam predadores ansiosos, vulgares. Cada qual com seu cada qual, viviam e
transavam em paz. Na Floresta Encantada era cultivada diversas espécies de
plantas com diversos sabores, dignos de um cardápio requintado, de um Cordon
Bleu. Substituiam os diversos cortes de carne, de frutos do mar. Não eram
veganos. Era a opção existente ou não seria ela a Floresta Encantada.
Tudo corria tudo bem até que um belo dia o helicóptero do
dono da Friboi sofreu uma pane e foi obrigado a um pouso forçado em uma pequena
clareira.
Nesse momento foi descoberto o canibalismo e o povo da
Floresta Encantada viveu feliz para sempre.
*A Rainha e a Princesa de Bateria
(Jan16)
Era uma vez uma Princesa de Bateria chamada Raymunda que
sonhava em ser “a Rainha”. Ela e Oriovaldo, o “Assistente Geral” do
carnavalesco não viam a hora em que assumiriam seus verdadeiros papeis na
agremiação recreativa. Raymunda malhava dia e noite na academia onde fazia
musculação, ferro e jazz. Em troca dava aulas de samba nos períodos pré
carnavalescos. Outra preocupação era com seus dentes. Pagou uma nota pela
correção e o branqueamento. Oriovaldo malhava a seu modo nas mesas do botequim
do Seu João Cem Dedos.
Aqui um parêntese: Cem Dedos porque nasceu com seis dedos em
cada mão. Desesperado pelo “bulling” pegou um facão e cortou-os. Só que, como
eram juntos aos indicadores acabou ficando com quatro em cada mão. O apelido
ficou sendo Cem, com “c” pelo analfabetismos dos companheiros. Fecha parêntese.
Dizia que os cronogramas só com ele eram alcançáveis.
Um belo dia de sol, ou chuva, não lembro bem, Rainha e
Carnavalesco despencaram de uma das alegorias enquanto transavam traumatizando
toda a Escola. Estava lançada a sorte.
“Espelho, espelho meu, existe alguém mais feliz do que eu?”
Cantavam num cantão do galpão das fantasias entre beijos e arrulhos amorosos.
Não restava dúvidas. Era a grande oportunidade. O que iriam fazer com o enredo
inacabado? Ainda faltava quase um ano para o Carnaval.
E aí veio o Johnny Alf, com seu inesperado fazendo uma
surpresa, pra atrapalhar.
O presidente do GRES, usando de suas atribuições
estatutárias, tendo como argumento a crise que passava pelo país e, tendo ainda
a fuga de patrocínios das grandes empreiteiras, decidiu aceitar a oferta de um
país produtor de petróleo e modificar o enredo da Escola. O embaixador, em
conversa reservada, entregou um pacote com todas as exigências e roteiro. Até
esboço do samba enredo já estava pronto, politicamente impecável. Pra que
mexer? Era muita grana. Não havia como negar.
Eim? O quê? Não entendi. Sou apenas um contador de histórias
de fadas.
O Assistente? Continuou assistente.
A Rainha de Bateria?
Foi realizado um novo concurso e Raymunda ficou em segundo
lugar.
Eim? Ahhh... Sim.
“E viveram felizes para sempre”.
“E viveram felizes para sempre”.
Até que a grana os separe.
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