Monday, January 11, 2016

CONTOS DE FADAS ESQUECIDOS



*A Floresta Encantada
(Jan16)

Era uma vez uma floresta. Uma Floresta Encantada. Nela viviam diversos animais, també encantado, em perfeita harmonia. Havia um equilíbrio ecológico sem ser daqueles politicamente corretos, chatos. Não existiam predadores ansiosos, vulgares. Cada qual com seu cada qual, viviam e transavam em paz. Na Floresta Encantada era cultivada diversas espécies de plantas com diversos sabores, dignos de um cardápio requintado, de um Cordon Bleu. Substituiam os diversos cortes de carne, de frutos do mar. Não eram veganos. Era a opção existente ou não seria ela a Floresta Encantada.
Tudo corria tudo bem até que um belo dia o helicóptero do dono da Friboi sofreu uma pane e foi obrigado a um pouso forçado em uma pequena clareira.
Nesse momento foi descoberto o canibalismo e o povo da Floresta Encantada viveu feliz para sempre.

*A Rainha e a Princesa de Bateria
(Jan16)

Era uma vez uma Princesa de Bateria chamada Raymunda que sonhava em ser “a Rainha”. Ela e Oriovaldo, o “Assistente Geral” do carnavalesco não viam a hora em que assumiriam seus verdadeiros papeis na agremiação recreativa. Raymunda malhava dia e noite na academia onde fazia musculação, ferro e jazz. Em troca dava aulas de samba nos períodos pré carnavalescos. Outra preocupação era com seus dentes. Pagou uma nota pela correção e o branqueamento. Oriovaldo malhava a seu modo nas mesas do botequim do Seu João Cem Dedos.
Aqui um parêntese: Cem Dedos porque nasceu com seis dedos em cada mão. Desesperado pelo “bulling” pegou um facão e cortou-os. Só que, como eram juntos aos indicadores acabou ficando com quatro em cada mão. O apelido ficou sendo Cem, com “c” pelo analfabetismos dos companheiros. Fecha parêntese.
Dizia que os cronogramas só com ele eram alcançáveis.
Um belo dia de sol, ou chuva, não lembro bem, Rainha e Carnavalesco despencaram de uma das alegorias enquanto transavam traumatizando toda a Escola. Estava lançada a sorte.
“Espelho, espelho meu, existe alguém mais feliz do que eu?” Cantavam num cantão do galpão das fantasias entre beijos e arrulhos amorosos. Não restava dúvidas. Era a grande oportunidade. O que iriam fazer com o enredo inacabado? Ainda faltava quase um ano para o Carnaval.
E aí veio o Johnny Alf, com seu inesperado fazendo uma surpresa, pra atrapalhar.
O presidente do GRES, usando de suas atribuições estatutárias, tendo como argumento a crise que passava pelo país e, tendo ainda a fuga de patrocínios das grandes empreiteiras, decidiu aceitar a oferta de um país produtor de petróleo e modificar o enredo da Escola. O embaixador, em conversa reservada, entregou um pacote com todas as exigências e roteiro. Até esboço do samba enredo já estava pronto, politicamente impecável. Pra que mexer? Era muita grana. Não havia como negar.
Eim? O quê? Não entendi. Sou apenas um contador de histórias de fadas.
O Assistente? Continuou assistente.
A Rainha de Bateria?
Foi realizado um novo concurso e Raymunda ficou em segundo lugar.
Eim? Ahhh... Sim.
“E viveram felizes para sempre”.
Até que a grana os separe.
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